
Segundo relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no
mês passado, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial pode recuar 3% em 2020, uma
projeção que antes da pandemia era de alta de 3,3%. No caso do Brasil, o FMI
prevê que pode haver um encolhimento de 5,3% no PIB do país, o que seria o pior
desempenho desde 1901.
Partindo de diversas premissas e dados negativos para o ano, a tese da
pesquisa foi ganhando força para analisar algo mais específico, questionando as
pessoas com detalhes de seu comportamento financeiro nesses últimos meses de
pandemia e as projeções para um futuro breve.
A maioria dos entrevistados (97,6% das pessoas questionadas) pertence a
faixa etária de 18 a 45 anos. O primeiro questionamento foi sobre a possível
redução dos salários ou das rendas dos entrevistados nos últimos dois meses (março
e abril), onde 42,9% indicaram que houve redução e outros 4,8% disseram que
perderam o emprego.
A pesquisa perguntou se as pessoas tiveram que fazer economias nos dois
últimos meses e 85,7% afirmaram que sim; e outros 14,3%, que não. Já quando
questionados sobre alguma dívida foi feita nesse período, 59,5%, mais da metade,
afirmaram que sim.
Quando foram questionados sobre que corte de despesa precisou ser feito,
47,6% apontaram que diminuíram as compras em supermercados e alimentos. Já
representando 19% das respostas, os entrevistados declararam que simplesmente
deixaram de pagar as suas contas. E em seguida outros apontamentos de cortes em
suas despesas foram feitos, em menor porcentagem, tais como: parar de fazer
compras de roupas e sapatos, não ir à salão de beleza e etc.
Os entrevistados demonstraram que a principal preocupação
nessa crise da pandemia é a de perder o emprego, seguido da possibilidade de
não conseguirem pagar as contas, e ainda ressaltaram que adotarão medidas de
planejamento financeiro no pós-pandemia para organizar melhor a renda.
“Esta breve análise do comportamento financeiro
dos entrevistados frente à pandemia mostra o quanto a crise de saúde tem
afetado a economia e o rearranjo na tomada de decisões do consumidor sobre a
sua rotina, nos mais diversos estados do Brasil. Os indivíduos mostraram-se
preocupados em poupar! Pois estão temerosos pelo seu emprego ou manutenção do
salário”, argumentou a professora da Facimp e responsável pela pesquisa, Camila
Trigueiro.
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